terça-feira, 20 de maio de 2014

Renovar o olhar


Viajar enriquece a alma! E, digo mais, renova o olhar para muita coisa. Fiz no mês passado uma viagem à Ucrânia. Acho que todo mundo sabe disso porque basicamente falo pelo menos umas três vezes ao dia sobre a viagem e as pessoas que conheci lá.

A ideia da viagem era fazer algo que sempre tinha vontade, mas nunca tinha tempo, dinheiro, espaço. Sem contar as desculpas que sempre me dei para deixar sempre para uma próxima oportunidade. Tomei vergonha e acabei encarando a viagem sozinha e com apenas dois contatos da cidade.

Um dos contatos era o Max do parkour de Kiev. Se eu vou a uma cidade que eu já tinha assistido a alguns vídeos, por que não tentar conhecer a galera da região? Encontrar o pessoal de Kiev só aconteceu na terceira tentativa. É uma aventura tentar encontrar um local quando não se entende muita coisa da língua local, e o seu celular resolve não colaborar muito.

Mas, vamos falar sobre o parkour? Como conversei há alguns dias com o Dênis, é interessante ver que algumas iniciativas que vemos por aqui, também vemos em outros lugares do mundo. Parece que há um sentimento que todo mundo divide de querer ver a atividade crescer, dedicando o seu tempo para ajudar os novos praticantes. Eu me pergunto se esse tipo de comportamento não é um reflexo do que vejo dentro de alguns grupos. Quando a relação é muito boa entre eles ao longo do treino, tem como não querer passar aos outros? Me lembro de que ao treinar com os rapazes via um clima de amizade tão bom entre eles. Algo que vi parecido entre os meninos de Taubaté.

E os treinos? Os rapazes são bem fortes. E em um dos treinos, eles me explicaram que treinavam escalada nos muros de pedra (aqueles muros lindos!). Você olha o desafio e não acha difícil, até se por a fazer. Interessante é que no último treino da madrugada encontramos um muro sujo e tentamos escalá-lo. Por conta de uma coisa que relatei do treino em Kiev, acabamos por enxergar mais coisas a fazer no Rio. Sem contar que para mim, foi um aprendizado do que ando negligenciando nos meus treinos.

Aliás, fazia tempos que eu havia abandonado os treinos com o pessoal. Andava em uma onda de treinar sozinha, e isso quando treinava. Viajar me fez renovar as forças e a vontade de reunir o pessoal para treinar. Me trouxe aquela esperança de que a atividade pode crescer sim. E como eu precisava disso. A evolução é minha, mas a fé e a amizade inspiram e nos fazem acreditar em mais.  Agora a vontade é de trazer para o encontro carioca um pouco dessa energia. Tirar um pouco das pessoas o "Hey! Olha o meu vídeo!", o "Sai da frente que eu vou filmar!" e inspirar a terem mais de "Vamos treinar juntos!", "Eu sei que você consegue!" e "Já pensou em fazer assim?!". Parar de ter os valores da boca para fora. Ter esses dentro dos treinos e com quem se convive.

Parkour, passe adiante!

Texto por: Tatiana Silva.

Att
Omnis Pro Parkour
Todos por si em prol do outro.

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Iniciação ao Parkour, ou não...


Neste texto vou falar sobre um fato ocorrido recentemente durante um treino meu que me fez refletir bastante.

Sem muita enrolação irei explicar o que aconteceu:

Durante um dos treinos semanais "XHD" (Terças e Quintas as 19h - Botafogo - RJ) que acontecem no Rio de Janeiro, uma menina apareceu, se apresentou pra mim e disse que gostaria de treinar Parkour. Naquele dia tinha me programado para fazer um treino específico e focado , mas mesmo assim me dispus a passar um treino básico para ela. A menina tinha muita dificuldade pra fazer qualquer tipo de movimentação, pois estava muito a cima do peso e tinha uma vida sedentária. Nos primeiros minutos demonstrou muita empolgação e vontade de aprender, depois foi desanimando dizendo que nunca iria conseguir fazer nada, continuei incentivando-a e tudo mais, só que começou a chover forte , ela decidiu parar o treino e antes de se despedir me disse que iria aparecer no próximo treino.

Moral da história, deixei de treinar para ajudar a menina que nunca mais apareceu. A princípio pode parecer um pensamento egoísta, mas quase não tenho tempo pra treinar. Fiquei pensando bastante sobre isso e cheguei a vários questionamentos: Deixar de ajudar os iniciantes, focar só na minha evolução, ajudar só quem eu julgar ser apto, Jogar a responsabilidade para outra pessoa...

Seria muito fácil pensar só em mim, se eu posso ajudar então ajudarei, mesmo que a pessoa não volte no próximo treino, mesmo que o iniciante ou iniciado não marque treino ou só treine quando eu estiver. Muitas pessoas necessitam de um empurrãozinho ou de um incentivo pra despertar o espírito pró-ativo, e mesmo que não despertem tenho consciência de que estou fazendo minha parte ajudando em algum outro aspecto.

Texto por: Dênis Braga.

Att
Omnis Pro Parkour
Todos por si em prol do outro.