sexta-feira, 16 de janeiro de 2015

Segurando a Onda

Vou contar um pouco do que aconteceu comigo e do que aprendi depois de passar por uma cirurgia.
Há pouco tempo tive uma surpresa desagradável, acordei de madrugada sentindo muitas dores na barriga e não conseguia ficar de pé. Corri para o hospital pra descobrir o que era e recebi a seguinte notícia: "Você ficar aqui hoje pra operar... É apendicite!!."

No momento fiquei sem reação, mas depois perguntei pra ele: "Como assim vou operar? Calma aí, vamos conversar. Não tem nenhum desenrolo..." 

Aí, com toda calma do mundo, o médico me explicou o que era apendicite e quais eram os riscos disso, que até então eu não fazia a mínima ideia. Ele disse que é a inflamação do apêndice, uma tripinha que fica no início do intestino grosso e não serve pra nada. O tratamento da apendicite é a retirada do apêndice através de cirurgia. Esta intervenção cirúrgica deve ser rápida, pois se a parede do  apêndice se romper, a infecção pode se alastrar..., ou seja, tu fica lascado.

Pois bem, fiz a cirurgia e ficou tudo "OK", ou melhor, quase tudo. Teria que ficar TRÊS MESES SEM FAZER ATIVIDADES FÍSICAS, uma verdadeira tortura, e se não bastasse, tinha uma viagem marcada pra semana seguinte para nada menos que o 10º ENCONTRO BRASILEIRO  DE PARKOUR. Tava cagado de urubu.

Na semana seguinte, mesmo com a barriga costurada , com os riscos do vôo e não conseguindo me mover direito, deu tudo certo e fui pra Recife.
Assim que cheguei foi só alegria, reencontrei a galera e matei a saudade, mas logo depois veio a verdadeira tortura: ficar assistindo todo mundo treinando sem nem sequer poder fazer uma precisãozinha. E foi assim durante todo o encontro, uma sensação que nunca mais quero ter que passar na vida. A vontade que eu tinha era de sair correndo feito doido pra todo lado, mas não conseguia nem ficar com a coluna esticada, porque puxava os pontos e doía. 

Foi aí que comecei a refletir sobre os treinos, que às vezes treinava só por treinar, sem muita vontade, sem pujança. E fiquei sentindo um arrependimento por não ter aproveitado melhor esses treinos.
Moral da história: depois de passar por isso, todas as vezes que fico com preguiça ou desanimado pra treinar, lembro da sensação "escrota" de estar limitado e isso me dá ânimo e gás pra sair correndo e pulando por aí.

Att. Dênis atleta do Rio. 
Omnis Pro Parkour
Todos por si em prol do outro.